“A liberdade de ação do jogador a separação do jogo em
limites de espaço e tempo, a incerteza que predomina, o caráter improdutivo de
não criar nem bens nem riquezas em suas regras” Sabe – se que existe hoje uma certa confusão com
relação à natureza do jogo, seja ele fruto de uma prática social, fenômeno
psicológico ou cultural. Às vezes o jogo surge na vida cotidiana como um fato
positivo ou mesmo de caráter formador ou mesmo como expressão máxima de lazer
determinante, da folga, da alienação e do próprio consumismo.
Nos dias de hoje é difícil uma criança de qualquer
classe social, encontrar no convívio familiar uma vivência de alegria, de
participação e de comunicação de afetividade. Muitas vezes os pais
sobrecarregados pelos encargos do dia a dia e pelas preocupações, não têm
forças ou coragem de estar ao redor de seus filhos para brincar com eles ou
proporcionar-lhes divertimento sadio. Um muro de indiferença quando não um
clima de hostilidade, parece levantar-se entre eles, e os filhos acabam
perdendo a confiança afetuosa e as incompreensões são constantes.
Konrad Lorenz, em oito pecados mortais da civilização,
afirma que a excessiva competição ou a corrida da humanidade cegaram o homem e
todos os valores reais, tirando-lhe o tempo e a possibilidade de refletir sobre
si e sobre sua verdadeira condição, afrouxando os sentimentos e os afetos mais
profundos.
Como fruto dessa corrida desenfreada surge uma massa
cansada descomprometida, sem nenhuma iniciativa para relacionar-se, recebendo
passivamente tudo que lhe é imposto e comportando-se como se as razões
exteriores fossem seus motivos internos da ação.
Nenhum comentário:
Postar um comentário